Para chegar ao meu trabalho, diariamente, tenho 2 transportes ou o meu carro ou o comboio.
Este último infelizmente muitas vezes preterido, por esta preguiçosa que vos escreve.
Mas, decidida a mudar esta minha faceta e poupar algum dinheiro, lá fui eu a semana passada comprar o passe.
Assim com o passe comprado, não há desculpa... tenho mesmo que lhe dar uso e passar a andar mais de comboio, no entanto para que a coisa não custe muito 1 vez por semana vou de carro, até para fazer as minhas voltinhas que necessito fazer por Lisboa.
Se pensar bem são só vantagens, porque depois do comboio ando a pé cerca de 20 minutos até ao trabalho. Conclusão, finto o Gaspar (dou-lhe menos dinheirinho por via da poupança do gasóleo), faço exercício físico, posso dormir durante meia hora na viagem, posso ouvir música, ler um livro, comer umas bolachinhas, escrever na agenda e ver a vista que é bem bonita por sinal, observar as pessoas que ao final de algum tempo passamos a conhecer de vista... etc... etc...
Hoje, na viagem de ida dormi o tempo todo e quando saí do comboio encontrei uma amiga com quem fui a conversar até ao trabalho.
À tarde, não me apetecia dormir, fui apenas a obervar a vista e o esplendido pôr do sol e ... a ouvir as histórias de 2 adolescentes que se sentaram ao meu lado.
Vinham da escola, falaram das colegas, de mexericos, da comida e de amor. Estavam as 2 na casa dos 15, 16 anos não mais, falavam com tantas certezas o que me fez "levantar" as orelhas e ouvi-las com atenção. A que parecia ser mais decidida estava à minha frente, comia uma embalagem grande de cheetos de queijo e falavam de casamento. A que estava ao meu lado não se queria casar, ao que a outra respondeu "Eu e o XXXXX vamos casar quando eu fizer 18 anos, mas não pela igreja, casamos pelo civil. Ou então caso-me quando eu estiver no 3º ano da Faculdade, é mais seguro."
A outra perguntou-lhe "então e quem convidas?" resposta: "convido apenas família e no dia seguinte fazemos um jantar só para amigos. Depois seguimos para as Bahamas" esta última parte já elas estavam levantadas e prontas para sair na sua estação, para pena minha que estava a gostar da conversa mesmo ao meu lado.
Mas ao mesmo tempo que elas saiam, começava uma senhora a falar alto ao telemóvel assim "tu não prestas, és uma desilusão, perdes uma mulher como eu? Não vais encontrar melhor.... vê se vais lá buscar as tuas coisas senão ponho tudo na rua...tu não prestas..."
Como vêm é só vantagens e ainda por cima vou poluir muito menos o ambiente!
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